sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Um homem do tamanho de uma coletividade

A principal praça de São Gabriel leva o nome de “Doutor Fernando Abbott”, que foi um misto de médico e político. Governou o Estado do Rio Grande do Sul por duas vezes e criou a Brigada Militar, instituição que é um verdadeiro orgulho para o Rio Grande do Sul.

O historiador Osório Santana Figueiredo, foi de uma felicidade imensa ao escrever em um de seus magníficos livros, que o doutor Fernando Abbott foi “um homem do tamanho de uma coletividade”.

Filho do médico baiano Jonathas Abbott Filho e de Zeferina Fernandes Abbott, o doutor Fernando Fernandes Abbott nasceu em São Gabriel, no dia 12 de agosto de 1857, em uma casa situada na esquina das ruas Barão do Cambaí e Jonathas Abbott, construída em 1857 e que hoje abriga o Instituto São Gabriel.

Seu pai, Jonathas Abbott Filho, médico e militar nasceu em Salvador (BA) em 1825 e faleceu em São Gabriel, em 1887. Ingressando no corpo de saúde do Exército foi transferido ao Rio Grande do Sul durante a guerra contra Oribe e Rosas. Terminada a guerra radicou-se em São Gabriel, onde passou a dirigir o hospital do Regimento de Artilharia.

Em 1852 foi promovido a tenente e em 1861, já estabilizado, reformou-se e passou a trabalhar como médico particular. Embora afastado do Exército, participou do cerco de Uruguaiana durante a Guerra do Paraguai, tendo por isso sendo nomeado major honorário.

Em 29 de junho de 1873, juntamente com outros maçons, Jonathas Abbott Filho fundou a loja maçônica Rocha Negra em São Gabriel, aquela que viria fundar a Grande Loja do Estado do Rio Grande do Sul, em 8 de janeiro de 1928.

O avô de Fernando Abbott era Jonathas Richard Abbott, que se naturalizou brasileiro em 31 de outubro de 1821, passando a ser apenas Jonathas Abbott.

Nasceu no dia 6 de agosto de 1796, em uma humilde família anglicana, em Londres, Inglaterra, e, ainda adolescente, em 1812, quando o Grande Exército de Napoleão avançava pela Europa Central em direção à Rússia, veio para o Brasil como servidor do doutor José Álvares do Amaral, lente de Cirurgia do Colégio Médico-Cirúrgico da Bahia.

Começou na Escola de Cirurgia da Bahia, a primeira do Brasil, como servente. Formou-se na terceira turma, em 1820, e chegou a vice-reitor, sendo titular da cadeira de Anatomia.

Foi sócio de diferentes sociedades científicas e recebeu grande número de títulos honoríficos. Além de diferentes trabalhos sobre anatomia, em português, Abbott publicou uma tradução do “Tartufo”, de Molière, assim como outras composições literárias.

Fundou e presidiu em 1856 a Sociedade de Belas Artes, primeira associação de artes do Brasil. Sua coleção particular de mais de 400 obras, entre pintores brasileiros e estrangeiros, sendo muitas delas oriundas da Europa, originou o Museu de Arte da Bahia.

Foi agraciado com a Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, de Portugal e com a Imperial Ordem da Rosa, do Brasil. Foi ainda comendador da Imperial Ordem de Cristo.

O DIÁRIO DE JONATHAS ABBOTT

Em 1 de setembro de 2007 o jornal “Folha de São Paulo” publicou um texto critico a respeito do livro “O Diário de Jonathas Abbott", de autoria de Fernando Abbott Galvão, diplomata, educador, político e escritor e trineto de Jonathas. A publicação diz o seguinte:

Em 1812, um rapaz inglês de 16 anos chamado Jonathas Abbott viajou para a Bahia, onde viveria por 56 anos. Veio como espécie de pajem de um médico português (depois lente do Colégio Médico-Cirúrgico da Bahia) e se tornou um dos personagens mais importantes da medicina, ciência e cultura do século 19 naquela parte do país.

Aos 34 anos, em 1830, Jonathas Abbott cruzou de volta o Atlântico para uma temporada de estudos de pós-graduação em medicina na Europa. No período que passou lá, manteve um diário, que agora vem à luz para o grande público pela primeira vez.

Trata-se de um dos mais interessantes lançamentos do ano da indústria editorial brasileira. Enriquecido por prefácio erudito e instigante do embaixador Rubens Ricupero e por notas de rodapé e anexos detalhistas e esclarecedores -fruto de trabalho minucioso e demorado de pesquisa histórica e documental- do embaixador Fernando Abbott Galvão. "O Diário de Jonathas Abbott" é um documento curiosíssimo.

Abbott, embora cidadão inglês era muito mais brasileiro quando foi para a Europa aperfeiçoar-se como médico e seu relato nos oferece a rara perspectiva de um conterrâneo que observa a Europa com olhar tropical. Ele se incomoda com o frio do Velho Mundo, tem saudades da sua "cara Bahia", odeia Paris: "Eu te esconjuro, coisa ruim!". Só deseja voltar depressa: "Quero asas, quem me empresta? ... Ninguém."

Não havia glamour nenhum nas viagens interoceânicas de então, nem nas carruagens que trafegavam por estradas empoeiradas e esburacadas da França ou da Itália de então, e Abbott no seu diário, escrito provavelmente apenas para si próprio e talvez alguns poucos íntimos, não tinha motivo nenhum para dourar pílulas.

A medicina já havia obtido avanços significativos, mas as práticas, especialmente as cirúrgicas, eram muito brutais para os hábitos de hoje em dia e a descrição crua é outro atrativo desse livro.

Abbott descreve confrontos políticos que ocorriam e se impressiona com a violência de manifestantes: "Esta gente não me agrada. No Brasil, temos rusgas, mas não são bárbaras e ferozes como as dos franceses. Passa fora!"

O doutor Fernando Abbott era irmão de Cecilia Ophelia Abbott, nascida em 26 de abril de 1853, em São Vicente do Sul (RS), falecida em 3 de Outubro de 1931, em São Gabriel.

Foi casada com João Pereira da Silva Borges Fortes Filho e mãe de Jonathas Borges Fortes, João Borges Fortes, Otávio Borges Fortes, Francisca Abbott Borges Fortes e Maria Zeferina Borges Fortes.

Também eram irmãos de Fernando Abbott, Jonathas Abbott Neto, João Frederico Abbott, Olímpia Sarah Abbot, Raul Abbott e Ruben Abbott.

O DOUTOR JOÃO ABBOTT

Em 1905, após adquirir grande área de terras dos supostos herdeiros do Barão de Antonina, o doutor João Frederico Abbott, conhecido como doutor João Abbott, mudou-se de São Gabriel com a família para o Mato Grosso, em 1906.

A permanência dele em Dourados durou pouco mais de 10 anos e a sua atividade médica foi comprovada por relatos de pioneiros e registros de óbitos nos cartórios de Ponta Porã e Dourados.

Junto com João Abbott foram para o Mato Grosso irmão e sobrinhos. Raul Abbott, seu irmão, foi engenheiro chefe do distrito sul dos telégrafos, residindo em Ponta Porã e Aquidauana.

O coronel Ruben Abbott, outro de seus irmãos foi tabelião em Ponta Porã. Ruben Abbott Filho, sobrinho de João Abbott, casou-se com Zilda Rocha, irmã de Antônio Alves Rocha, um dos primeiros farmacêuticos de Dourados.

O doutor João Abbott nasceu em São Gabriel no dia 6 de fevereiro de 1856. Formou-se em medicina no Rio de Janeiro e exerceu a profissão em sua cidade natal e em Porto Alegre.

Na capital gaúcha, dividiu consultório com o doutor Ramiro Barcelos, o “Amaro Juvenal”, senador que também ficou conhecido pelas sátiras da política.

Na publicação dos candidatos do partido Republicado levada a efeito em 24 de janeiro de 1909 constava o nome de João Abbott com menção ao fato de residir no Mato Grosso. Exerceu seu mandato de 3 de maio seguinte a 31 de dezembro de 1911.

De Dourados, transferiu residência para Aquidauana e mantinha ainda residência no Rio de Janeiro, onde veio a falecer em 20 de março de 1925. A notícia da morte de João Abbott foi matéria de capa dos jornais “O Paiz”, do Rio de Janeiro, e “A Federação”, de Porto Alegre, enaltecendo a figura do médico, importante político Republicano.

Mesmo afastado do Rio Grande do Sul, continuou adepto dos princípios do partido e das causas Riograndenses. João Abbott foi casado com Luísa Barreto Flores, conhecida como Lisette. Teve os filhos Ophelia Abbott, Heloísa, João Abbott Filho e Luiz.

Envolveu-se com a política por pouco tempo, voltando ao exercício da medicina. Sempre apoiou as campanhas de seu irmão, Fernando Abbott.

PRIMEIROS ESTUDOS

Fernando Abbott fez o curso primário em São Gabriel e o ginásio em Porto Alegre. Ainda menino foi mandado para a Bahia, a fim de fazer a preparatória para o curso de Medicina.

Matriculado na Faculdade do Rio de Janeiro formou-se doutor, em 1880. Começou a carreira médica no Ceará, contratado pelo governo imperial para, entre outros médicos de todas as regiões do país, socorrer o povo nordestino que se debatia com o terrível flagelo da seca e as epidemias que lá grassavam de modo alarmante.

Terminada sua missão, com êxito, voltando ao Rio Grande do Sul, estabeleceu-se o doutor Fernando Abbott, temporariamente, em Porto Alegre, para depois desenvolver sua carreira médica na terra natal, São Gabriel.

Nessa ocasião filiou-se ao Partido Liberal e foi nomeado diretor geral da instrução pública do Estado a cujo serviço, deu notável impulso. Quando foi lançada em todo o país a propaganda republicana, o doutor Fernando, juntamente com Júlio de Castilhos, Barros Cassal, Demétrio Ribeiro, Ernesto Alves, Assis Brasil e tantos outros, lançou-se denodadamente à campanha que visava derrubar um dos maiores impérios do mundo e lançar a semente da república brasileira.

Proclamada a República e já residindo em São Gabriel, foi eleito deputado à Constituinte do governo provisório. Tomou posse em 15 de novembro de 1890 e foi um dos signatários da Constituição de 24 de fevereiro de 1891.

Pouco tempo depois foi nomeado governador provisório do Estado, de 16 de março a 15 de julho de 1891, em cujo cargo promulgou a Constituição de 14 de julho.

O general Cândido José da Costa fora exonerado, a pedido, da presidência do Estado e do Comando das Armas do Rio Grande do Sul. E como o primeiro vice-governador, não aceitou o cargo, coube a Fernando Abbott, segundo vice-governador a tarefa de governar o Estado.

Terminou seu mandato justamente quando lavrava a sanguinolenta revolução de 93, em cuja campanha tomou parte ao lado das forças legais. O governo desse gabrielense foi muito controvertido e agitado, dando causa aos mais acres comentários de seus adversários políticos, apesar de sua curta duração.

Nesse período da Revolução foi Fernando Abbott nomeado ministro do Brasil junto ao governo argentino, fixando sua residência em Buenos Aires, por longo tempo.

De volta dessa elevada comissão, fixou-se definitivamente em São Gabriel, cuidando de sua numerosa clientela, pois era reconhecido em todo o Estado como médico de nomeada e até cognominado “o rei do diagnóstico”, pelas suas previsões clinicas.

Conta-se que indo Fernando Abbott aperfeiçoar-se em Paris, em determinado método de cura, ao término do curso, indo satisfazer o pagamento ao médico-chefe, este não aceitou o preço combinado, respondendo que não podia aceitar tal quantia, porque bem notara que não ensinara nada ao nosso patrício, porque esse já sabia tudo o que lá fora aprender.

Em 15 de julho de 1891, Júlio de Castilhos foi eleito o primeiro presidente constitucional do Estado do Rio Grande do Sul, na vigência da República.

Em seguida a posse de Júlio de Castilhos, o doutor Aureliano Barbosa, requereu fosse lavrado em ata, um voto de louvor ao doutor Fernando Abbott, pela forma como se houve na gestão dos negócios públicos.

Mas Júlio de Castilhos foi deposto em novembro do mesmo ano em decorrência do golpe de 3 de Novembro.

Isso fez com que Júlio de Castilhos fizesse aberta e ativa campanha pelo seu retorno ao governo, tentando derrubar o governador general Barreto Leite.

A PRISÃO POR SUBVERSÃO DA ORDEM

Como não houve sucesso na empreitada, inúmeros partidários de Castilhos foram presos no interior do Estado, entre eles, em São Gabriel, o coronel José Gabriel da Silva Lima e o doutor Fernando Abbott, ambos acusados de subverterem a ordem e de unirem tropas para combater a situação.

O doutor Fernando Abbott foi conduzido para Porto Alegre, ficando detido, primeiramente, no quartel da polícia e posteriormente ficou preso sob palavra, instalando-se em casa de sua sogra, na própria capital.

O tempo dessas prisões não excedeu a uma semana, sendo os presos políticos tratados com consideração, não havendo excessos.

Entretanto, a 17 de junho de 1892, em nova investida, Júlio de Castilhos retornou ao poder, depondo o Visconde de Pelotas, que na ocasião dirigia o Estado. Todavia, este, antes de abandonar o governo, o transmitiu ao general João Nunes da Silva Tavares, comandante das forças federalistas em Bagé.

Por sua vez, Júlio de Castilhos, no mesmo dia da retomada do poder, nomeou para o cargo, de acordo com a Constituição de 14 de julho, o doutor Vitorino Monteiro e retirou-se do governo.

Em São Gabriel, com a reviravolta havida, os adeptos de Júlio de Castilhos, em rápida ação tomaram a cidade a 18 de junho, reintegrando no cargo o intendente Francisco Gonçalves das Chagas.

José Serafim de Castilhos, o “Juca Tigre” que exercia as funções, retirou-se para Bagé, onde o general Silva Tavares resolvia sua posição nos acontecimentos, inclusive estudando a possibilidade de formar um governo de oposição.

Nesse meio tempo, ainda em São Gabriel, o doutor Abbott diligenciava em formar uma força para apoiar Júlio de Castilho, caso o general Silva Tavares, entrasse em ação. Contava com forças regulares do Exército e até artilharia.

Graças, porém, à ação pacificadora do doutor Gaspar Silveira Martins, que enviou um memorável telegrama ao general Tavares, não se verificou o confronto.

Tavares dissolveu sua gente, entregando o armamento, ou parte dele, ao coronel Artur Oscar, representante do marechal Floriano Peixoto, vice-presidente da República. A luta fora adiada.

Além da força organizada por Fernando Abbott, contava, ainda, a facção de Júlio de Castilhos, com as aguerridas forças do comando do general Rodrigues Portugal formadas também em São Gabriel.

Em 25 de janeiro de 1893, Júlio de Castilhos disputou nova eleição, sem concorrentes, obtendo 26.377 votos, e voltou a ocupar o antigo posto.

GOVERNANTE PELA SEGUNDA VEZ

Tendo de assumir sua cadeira de senador da República, o doutor Vitorino Monteiro passou as funções de presidente do Estado ao então secretário do Interior, doutor Fernando Abbott.

Em 27 de setembro de 1892 Fernando Abbott voltou, interinamente, ao governo do Estado. No seu segundo período como governador foi um dos maiores combatentes à proposta de um tratado de livre comércio com o Uruguai, argumentando que afetaria a economia gaúcha, principalmente a pecuária.

Ainda no seu governo, a força militar estadual foi reorganizada, tornando-se a Brigada Militar, como é conhecida até hoje.

Em 25 de janeiro de 1893 Abbott transmitiu o governo a Castilhos e, diante da deflagração da Revolução Federalista no mês seguinte, combateu-a ao lado das forças legalistas, embora por tempo limitado.

Os excessos gerados pela entranhada paixão política foram aumentando em extensão, a ponto de se constituírem no pivô da cruenta revolução que ensanguentou o Rio Grande do Sul.

Em São Gabriel, foram mortos nesse período 12 pessoas, entre as quais o jornalista Júlio Mamede.

Decorridos apenas 10 dias de sua posse, as forças federalistas, concentradas na fronteira com o Uruguai, invadiram o Rio Grande do Sul, sob o comando geral do general João Nunes da Silva Tavares. Assim teve início a cruenta revolução de 93.

Segundo o historiador Arthur Ferreira Filho, a “Revolução Federalista” foi um dos raros casos de guerra civil que não obedeceu a qualquer motivo de natureza econômica. Os motivos de sua eclosão foram exclusivamente políticos.

O doutor Fernando Abbott esteve presente no “Combate do Cerro do Ouro”, ocorrido em 27 de agosto de 1893, no interior do município de São Gabriel.

Reeleito deputado federal, iniciou novo mandato em maio de 1894. Em 31 de outubro seguinte, assumiu o posto de enviado extraordinário e ministro plenipotenciário na Argentina, com a incumbência de acompanhar as ações dos revolucionários federalistas
gaúchos naquele país. Tratou também de uma questão de limites, vitoriosa em 1895.

Restabelecida a paz em agosto desse ano, permaneceu na missão brasileira em Buenos Aires até 1897. Em 1906 rompeu com Borges de Medeiros, presidente do Estado desde 1898, que, ignorando a indicação do Partido Republicano Democrático Rio-Grandense (PRDR), tencionava candidatar-se à segunda reeleição consecutiva.

LIDERANÇA POLÍTICA

Positivista e abolicionista, Fernando Abbott fundou em São Gabriel o Clube Republicano e depois, em 1908 fundou, com seu amigo Joaquim Francisco de Assis Brasil, o Partido Republicano Democrático Rio-grandense, pelo qual competiu, como candidato da oposição, à sucessão do governador Borges de Medeiros.

Perdeu a eleição para o candidato da situação, o também médico Carlos Barbosa Gonçalves. Derrotado, mesmo assim conseguiu a expressiva soma de 16 mil votos.

Foi também jornalista, tendo dirigido em São Gabriel vários jornais republicanos, como “O Precursor”, “Zig-Zag” (1885) e “Pátria Nova”. Escritor elegante, jornalista de combate e disseminador de ideias, ele escrevia artigos brilhantes, doutrinários e convincentes.

Retornou então a São Gabriel, onde se dedicou à agricultura. Foi ele que introduziu no município o plantio do arroz. Em sua terra natal clinicou por mais de 40 anos, atendendo enfermos de todas as categorias sociais, pobres, ricos e miseráveis.

Casou-se com Matilde Barreto Pereira, filha de José Inocêncio Pereira e Matilde Barreto Pereira Pinto. Matilde nasceu em 25 de dezembro de 1834 em Jaguari (Uruguai) e foi batizada em 10 de janeiro de 1835 em Bagé (RS).

Em 1914, quando o doutor Fernando Abbott se encontrava em pleno gozo de suas vitalidades físicas, recebeu o reconhecimento de seu povo, que deu o seu nome à praça principal da cidade.

A MORTE DO DOUTOR FERNANDO ABBOT

Faleceu em São Gabriel ao meio-dia de 13 de agosto de 1924, depois de lutar contra incurável doença, cercado da admiração de todo o Rio Grande do Sul, inclusive de seus mais acirrados adversários políticos.

Fernando Abbott morreu assistido pelo seu colega Alcides Menna Barreto Prates da Silva, tendo como “causa-mortis”, insuficiência cárdio renal.

Seu enterro foi o mais concorrido da época e, a seu pedido, todo o numerário que seria gasto em coroas e flores foi doado à Santa Casa de Misericórdia.

No seu mausoléu, no cemitério local, existe a seguinte inscrição: “Ao saudoso e humanitário médico doutor Fernando Abbott, homenagem de seus amigos e admiradores”.

O jornal local “A Reação”, em sua edição de 14 de agosto de 1924 noticiou o acontecimento, escrevendo a certa altura:

“A terra generosa que o viu nascer, recebê-lo-á, hoje, em seu seio misterioso, para o descanso eterno dos que dormem o sono dos que foram sábios e justos”.

A 27 de janeiro de 1932, foi inaugurado no cemitério local um monumento fúnebre, onde repousam os restos mortais do médico humanitário e político destacado.

Além da Praça de São Gabriel, Fernando Abbot é nome de escola em São Gabriel e de ruas em Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, São Leopoldo, Canoas, Mariana Pimentel, Estrela, Cacequi, Guaporé, Bagé, Tupanciretã e Venâncio Aires, entre outras cidades.

Em outubro de 2014, em comemoração ao “Dia do Médico”, foi realizada no Museu Nossa Senhora do Rosário Bonfim, a Exposição “Os Abbott e a Medicina de São Gabriel através dos séculos XIX, XX e XXI”.

A exposição foi idealizada pela Associação Médica de São Gabriel, Associação Amigos do Museu Nossa Senhora do Rosário Bom Fim e Santa Casa de Caridade, com apoio da Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Turismo, Cultura, Desporto de Lazer.

A população conheceu um pouco da história da família na medicina local, através de fotos e documentos pessoais, culminando com o médico Fernando Abbott Filho, já falecido. (Pesquisa:falecido. (Pesquisa: Nilo Dias)


Um comentário:

  1. Excelente rememorar os feitos dos nossos bisavôs na política e na medicina!

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