domingo, 30 de julho de 2017

*Nesta sexta-feira, o Jornal "O Fato" publicou uma belíssima e tocante reportagem sobre a vida do meu pai, Carlos Alberto Moreira. Um relato feito com sutileza, respeito e a evidente memória afetiva de alguém que foi, até o final de sua vida, um de seus melhores amigos: O jornalista Nilo Dias.

Estão ali todas as facetas do meu pai - o comunicador criativo, o compositor inspirado, o repórter com um senso de missão, o tribuno exaltado, o militante convicto, o frequentador ativo da roda de intelectuais que se formava no "bar do Tamika", onde saía a verdadeira "reunião de pauta" do jornal em que ambos foram sócios.

Meu pai, que não podia enxergar, criou ao redor de si um mundo próprio através das palavras, com as quais fazia o que quisesse: uma canção, um discurso, um programa de rádio popular, uma notícia, um artigo de opinião. A definição de Nilo é a mais precisa que já li: "Carlos Alberto tinha pensamento rápido e respostas desconcertantes".

Sou imensamente grato à gentileza da Ana Rita Chiappetta Focaccia, diretora do jornal, por publicar esta homenagem, ela que era uma das poucas a conseguir lidar com o gênio atrevido do meu pai, na Rádio Batovi - e que viria a ser minha colega na imprensa da Prefeitura e minha chefe no próprio Jornal O Fato. Guardo ainda com carinho uma linda exéquia escrita por seu pai, Dagoberto Focaccia, para o meu.

Infelizmente, por essas idiotices da vida, Nilo e eu não somos mais amigos. Nossas convicções ideológicas foram nos distanciando ao ponto da ruptura. Coisas boas e ruins são do curso normal da vida. Mas sei da sinceridade com que ele sempre foi amigo leal do meu pai, e sou grato pelo carinho com que se refere a ele, ainda hoje.

Vou guardar um exemplar com carinho. E outro vou deixar com minha mãe.

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