segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Tio Caio, bateu saudade!

Carlos Dácio de Assis Brasil não era somente um homem bom, querido por toda a comunidade gabrielense. Era muito mais do que isso. Estudioso da vida do próprio avô, inteligente, sincero, amigo. Um verdadeiro líder, na mais pura acepção da palavra.

Foi um idealista. Mesmo sendo um homem de posses preferiu sempre se posicionar ao lado das pessoas mais necessitadas. Por isso filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT) e chegou até a concorrer a prefeito pela sigla, em 2000, em uma chapa que tinha o saudoso advogado doutor Lanes Bicca, como vice.

Também concorreu a deputado federal pelo PT. Foi um dos primeiros defensores da Reforma Agrária e do Movimento Sem Terra (MST). Ele também defendia fortemente a renovação da política local e foi um dos entusiastas companheiros petistas na eleição que conduziu o então provedor da Santa Casa, Roque Montagner à Prefeitura de São Gabriel.

Antes de ingressar no PT, Carlos Dácio foi vereador e presidente da Câmara Municipal nos anos 70, quando filiado à ARENA. Era também, patrão de honra do PTG Dácio de Assis Brasil.

Seu pai foi uma liderança política

Carlos Dácio nasceu em 1940, dois anos depois da morte do avô materno, o lendário líder político Joaquim Francisco de Assis Brasil. O pai de Carlos Dácio, o doutor Dácio de Assis Brasil, médico e ruralista, era uma liderança política no Estado, tendo presidido a Farsul em dois mandatos, 1957 e 1965.

Foi nesse período que implantou o Sindicalismo Rural no Rio Grande do Sul, quando a Federação das Associações Rurais passou à Federação da Agricultura, adequando-se à Lei do Sindicalismo, aprovada pelo Governo Federal;

E não é só isso: era um homem que primava pela austeridade, dono de uma personalidade marcante. Mesmo sendo médico, foi no ruralismo gaúcho que Dácio de Assis Brasil deixou seu nome gravado para a posteridade.

Foi Presidente da Associação Rural de São Gabriel, fundador e presidente da Cooperativa de Carnes de São Gabriel, quando construiu o Frigorífico Santa Brígida, um dos primeiros a ser instalado no país por entidade do gênero. Organizou e também dirigiu por diversos anos a Cooperativa de Lã Tejupá.

Dácio de Assis Brasil é hoje nome de uma escola, de uma rua e de uma entidade tradicionalista em São Gabriel.

Dona Lina de Assis Brasil

A mãe de Carlos Dácio era a saudosa dona Lina de Assis Brasil, que faleceu em 2003, aos 87 anos de idade. Eu a conheci. Muitas vezes entreguei o jornal “Tribuna de Povo”, de minha propriedade em sua casa, na “Chácara Juca Tigre”. E seguidamente era convidado para um delicioso café da manhã, acompanhado de deliciosas cucas e pastéis apetitosos.

Lembro bem dela. Era uma senhora idosa, simpática e cheia de vitalidade. E sempre estava por dentro de tudo o que se passava na cidade e no país.

Ela era filha do segundo casamento de Joaquim Francisco de Assis Brasil, com uma nobre portuguesa. Quando Lina casou e foi viver em São Gabriel, não precisou mudar o sobrenome: o marido era Dácio Assis Brasil, seu primo em segundo grau.

Dácio e Lina, além de Carlos Dácio, tiveram ainda os filhos Ana Maria, casada com Sinval Teixeira da Silveira, Maria Inês, casada com Niwton Valentini, Vera, que foi casada com Marco Aurélio Souto e Jaime Dácio, casado com Clarice Bento Pereira.

Tentativa de homicidio

Em junho de 2010, Carlos Dácio sofreu uma tentativa de homicídio, enquanto dormia em sua residência, na propriedade situada na área verde localizada próximo ao Centro da cidade.

Segundo informações, assaltantes entraram na casa dele para roubar carnes de ovelhas, que tinham sido trazidas no dia, da “Estância Tejupá”, de propriedade do pecuarista. E também estavam em busca de dinheiro, indo até o quarto em que ele dormia.

Carlos Dácio acordou já com um dos assaltantes tentando cortar o seu pescoço com uma faca. Sem conseguir matar a vítima, os assaltantes fugiram, e o pecuarista foi socorrido por familiares e levado até a Santa Casa de Caridade, onde se recuperou.

A notícia causou surpresa e choque, em face de Dácio ser de uma família tradicional na comunidade gabrielense.

Amigo de longos anos

Eu tive a honra de ser seu amigo e admirador por cerca de 30 anos. Muitas foram as jornadas notívagas que empreendemos juntos. Lembro de uma vez em que visitamos vários bares da cidade, num velho carro Ford Corcel que eu tinha.

Na hora de ir para casa, depois de sair do Restaurante Glória, ao dobrar para a rua Celestino Cavalheiro, já sentindo os efeitos etílicos da noitada, acabei subindo a calçada e derrubando parte do muro da residência do doutor Nero Meneghello.

Na manhã seguinte fui falar com o conceituado médico, que era também meu amigo e providenciei a reconstrução da parte atingida. Coisas que acontecem.

Faço essa introdução para dizer que senti muito a morte do grande amigo, ocorrida no dia 23 de setembro de 2013, vítima de uma parada cardiorrespiratória.

O “Tio Caio”, como era carinhosamente chamado pelos amigos mais íntimos, chegou a ser atendido pelo conceituado e competente médico, doutor Luis Carlos Nunes, mas não resistiu e morreu ao dar entrada no hospital da Santa Casa de São Gabriel.

Eu devo a vida ao doutor Luis Carlos Nunes, que é filho do saudoso amigo e ex-jogador de futebol, campeão da Zona Centro pelo antigo G.E. Gabrielense, João Nunes, “Muquica”. Certa feita eu me encontrava no “Bar Pilequinho”, do amigo Amarílio Flávio Socca, quando tive um mal súbito e fui levado às pressas até o hospital.

Lá chegando, minha pressão estava 26 por 20. Um milagre estar vivo. E fui atendido pelo doutor Luis Carlos, que conseguiu reverter a situação. E graças a ele estou aqui hoje, escrevendo histórias no jornal “O Fato”.

Voltando ao “Tio Caio”, ele já vinha tendo outros problemas de saúde, tendo inclusive sido internado na Santa Casa. Mas como não era homem de ficar preso a uma cama de hospital, insistiu para voltar para casa, ficando aos cuidados de familiares.

Lançamento do livro

A última vez que vi o amigo foi quando do lançamento de meu livro “100 anos de futebol em São Gabriel”, no Museu Nossa Senhora do Rosário, instalado no prédio restaurado da antiga “Igreja do Galo”.

Ele adquiriu dois livros, um para enviar ao seu grande amigo Cláudio Duarte, ex-lateral do S.C. Internacional, de Porto Alegre e depois treinador dos mais competentes.

Antes, nos encontramos num jantar especial realizado na “Chácara Juca Tigre”, na residência do também amigo Luiz Eduardo Assis Brasil, o popular “Seco”.  O Carlos Dácio, com a atenção que sempre lhe foi pródiga, providenciou para mim um delicioso preparado de cachaça com butiá, que estava virado num verdadeiro “néctar dos deuses”.

Me esbaldei bebendo aquela delícia, para depois forrar o estômago com uma carne de ovelha com mandioca, arroz branco e um feijão maravilhoso, enriquecido com um valioso charque ovino.

E para completar o cardápio um maravilhoso assado, digno de reis e príncipes, uma carne tipo exportação trazida pelo amigo João Alfredo Reverbel Bento Pereira. Eu disse na ocasião que foi um jantar digno de recepcionar o presidente Obama.

A cerveja, uísque e cachaça com butiá rolou solta. Meu estomago matou a saudade dessas delícias e agradeceu.

Estavam presentes, além do anfitrião “Seco” Assis Brasil, o seu tio e amigo Carlos Dácio Assis Brasil, que eu não via há muito tempo. Também os amigos João Manoel Macedo, Caio Rangel, Atamarílio Socca, o “Flavinho”, Luiz Marengo, o inigualável “Mudo”, sempre alegre e bem disposto e o saudoso Luiz Porciúncula, o “Popó”, que foi o dono da noite, nos contando alegres histórias. E sem esquecer o amigo Celci, responsável pela excelência dos pratos servidos.

João Alfredo Reverbel BentoPereira

O João Alfredo é visitante ativo da “Chácara Juca Tigre”, não perdendo nenhuma das recepções feitas pelo amigo comum Luiz Eduardo, o “Seco”. E me aproveitei disso para pedir-lhe que contasse alguma história, um fato, enfim qualquer coisa envolvendo o nosso saudoso “Tio Caio”.

E como não poderia deixar de ser, a resposta veio pronta:

“No velório do Carlos Dácio, fiquei ao lado do Tiago Nobre. Perguntou-me por sua idade e confirmei: 72 anos (era de novembro de 1940). Disse-lhe que a nossa diferença de idade era de quatro anos, o que, agora, parece pouco, mas, quando jovens, pesava bastante.

Sua turma era outra que não a minha e sempre convivemos pouco. Isso, porém, não me impede de reconhecer que se tratava de uma pessoa singular, com suas idiossincrasias, mas quem não as têm? Mas sempre foi íntegro, correto e justo.

Aliás, isso não surpreende, pois tinha um pai e uma mãe admiráveis. Foi das poucas e raras pessoas que incursionaram pela política, saindo ileso, intacto e inteiro. Era e sempre foi um homem com agá maiúsculo. Até um dia, meu amigo”.

Abaixo, duas historinhas verídicas dele e que me foram repassadas pelo “Seco”, o seu sobrinho.

“Tio Caio” era muito amigo de um antigo taxista, o Neri. Um certo dia, fez diversas encomendas e lhe emprestou o seu melhor carro para que fosse até Rivera, buscar alguns produtos alimentícios e etílicos. O taxista deixou o seu carro com ele, com a devida identificação. E o Carlos Dácio saiu a passear pela cidade.

Nisso, começou uma garoa miúda e cáustica. No centro, um casal da campanha, devidamente paramentado, fez sinal para o taxi. O motorista estacionou e o gauchinho perguntou se podia levá-los até o Engenho Gabrielense.

Com sua pronta concordância, deixou-lhes no destino certo. O gauchinho perguntou-lhe quanto devia pela corrida e o Carlos Dácio: "nada, pois eu não cobro em dias de chuva". E seguiu o seu caminho, ante o olhar pasmo do passageiro.

O mesmo Carlos Dácio sempre gostou de carros velhos. Entre esses, tinha uma Brasília esmerilhada. Na época, morava na Baltar, próximo ao Parque de Exposições que leva o nome do seu avô materno. E era dia de exposição. Saiu na Brasília e logo foi parado por uma barreira da Brigada Militar, pouco antes da ponte do rio Vacacaí.

Os brigadianos, educadamente, pediram que estacionasse, desligasse o motor e apresentasse os documentos do veículo, bem como sua habilitação. Constrangido, o motorista explicou que havia saído de casa, assim como estava e esquecera os papéis do carro e seus documentos.

Disseram-lhe que, sendo assim, teriam que apreender a Brasília e, após, a levariam para o depósito (naquele tempo, não havia guincho). O Carlos Dácio fez o que lhe fora mandado fazer, desceu do carro e entregou as chaves do veículo.

Os brigadianos devem ter pensado na amolação de tudo aquilo, ainda mais que teriam de levar o veículo até o depósito. Convencidos da boa-fé do condutor e que já ia se afastando, devolveram as chaves do carro, dizendo-lhe que, da próxima vez, tivesse mais cuidado.

Aí, ainda mais constrangido, pediu que empurrassem o carro, pois estava sem bateria. Os brigadianos não tiveram outra alternativa, até a Brasília pegar no tranco.

O João Alfredo é uma pessoa especial. Embora sendo um homem de posses, membro de família respeitável, a exemplo do saudoso “Tio Caio”, sempre preferiu a companhia daqueles que ele mesmo chama de “amigos de verdade”.

Sei que são muitos, por isso não me atrevo a citá-los, pois com certeza correria o risco de esquecer de algum. E sei que o João Alfredo não iria me perdoar.

Tenho a coleção completa de seu livro “Amenidades”, que anualmente é atração na Feira do Livro de São Gabriel. São historinhas reais, gostosas de ler. Sou seu fã de carteirinha.

Ninguém conhece o butiá

Mas voltando a falar no butiá, aqui por Brasília ninguém conhece. Uma vez eu consegui alguns bons frutos em São Gabriel. Preparei a bebida, que ficou três meses em infusão, e depois levei dois litros para que os amigos do bar que frequento, provassem.  Os caras se esbaldaram e beberam tudo em pouco tempo.

Lembro que o meu saudoso sogro, Gelcy Motta, que tinha um armazém frente a antiga Ponte Seca, todos os anos preparava vários garrafões da bebida, que depois vendia no decorrer do ano. Importante, ele não “requentava” o butiá, colocando mais cachaça depois que os garrafões secassem, como fazem alguns comerciantes.

Eu até me arriscaria em sugerir que algum vereador, também consumidor da gostosa bebida, entrasse na Câmara Municipal com um projeto aclamando essa como a bebida oficial da cidade. E quem sabe, até merecesse uma festa anual.

Da próxima vez que for a São Gabriel, vou procurar alguma muda de butiazeiro. Quero plantar aqui em casa. Tinha receio que não pegasse, mas li em uma publicação na Internet que a planta se dá bem em qualquer lugar.

Se não conseguir a muda, vou experimentar plantando o caroço. Dizem que também pega, mas leva mais tempo. Desde já conto com a colaboração de algum amigo, que possa me arranjar uma muda. Vou buscar quando for aí.

Estância Tejupá

“Tio Caio” nunca negou que se pescasse na sua propriedade rural, a Estância Tejupá. O nome é indígena e significa “casa modesta”. No passado foi posto da “Estância Tiaraju”, pertencente ao general Ptolomeu Assis Brasil.

O general nasceu em São Gabriel no dia 26 de março de 1876. Era filho do estancieiro Francisco de Assis Brasil e de Josefina de Assis Brasil.

Combateu na Revolução de 1893/95, sendo um dos chefes da Revolução de 1930. Governador do Estado de Santa Catarina (1930/32), engenheiro, geógrafo, localizou as posições dos exércitos que combateram nas batalhas de Cayboaté (1756) e de Ituizaingo (1827).

Casou-se em primeiras núpcias com Arlinda Porto de Castilhos, filha do coronel José Seraphim de Castilhos, conhecido como “Juca Tigre”.

Seu irmão, Joaquim Francisco de Assis Brasil foi várias vezes embaixador na Argentina, constituinte de 1891, embaixador nos EUA de 1898 a 1903, revolucionário de 1923 e 1924, deputado federal de 1927 a 1928, revolucionário de 1930, ministro da Agricultura de 1930 a 1932 e constituinte de 1934, tendo-se destacado como chefe do Partido Libertador e um dos mais importantes líderes políticos gaúchos.

O general Ptolomeu foi o autor do livro “A Batalha de Caiboaté”, onde fez a descrição dos antecedentes jurídicos e históricos do conflito. Retrata a vida cotidiana nas Missões e aponta o grau de sociedade comunitária e o progresso alcançados.

Expõe também os números da chacina: morreram, do lado dos ibéricos, apenas três homens – de um contingente de 3.700 soldados –, ao passo que foram massacrados 1.300 índios em uma hora e 10 minutos.

O autor estudou o caso como historiador e militar. Muniu-se de trena, mediu trechos a pé, confrontou informações obtidas no diário do comandante luso, tudo para ser o mais fidedigno possível na realização da obra e mostrar a grandeza do índio Sepé. Descrição física: 134 páginas

Eu estive na “Estância Tejupá” em três ou quatro oportunidades, sempre acompanhado do tenente Alci Dutra e do Flávio Lucca, meus inseparáveis companheiros de linha e anzol.

Lembro bem da estância. Era um lugar muito bem cuidado. Já na entrada se podia observar o capricho do proprietário. Grama bem aparada e flores coloridas nos jardins.

Matéria interessante

O jornal “Diário de Santa Maria” publicou interessante matéria sobre Carlos Dácio, com o título “O herdeiro intelectual de Assis Brasil”.

A publicação salientou que Carlos Dácio, intrigado com as histórias que cercavam o seu lendário avô, passou a buscar mais subsídios sobre tantos feitos contados por sua mãe.

Tendo a origem Assis Brasil nos dois lados, Carlos Dácio assumiu a responsabilidade de perpetuar a história da família. Seu avô paterno, Ptolomeu de Assis Brasil, filho de Antônio e sobrinho de Joaquim Francisco, era general do Exército e combateu na Revolução Federalista, de 1893-1895. Também foi um dos chefes da Revolução de 1930, o que o levou a ser interventor de Santa Catarina, no período de 1930-1932.

Já o avô materno de Carlos Dácio, Joaquim Francisco de Assis Brasil, foi um revolucionário das ideias, longe de ser um homem de combate. Foi um pioneiro, um inovador, um homem do mundo.

Carlos Dácio leu e releu todos os livros escritos por Joaquim Francisco. Sabia cada detalhe da vida do avô, do contexto político e histórico do momento e teve um entendimento muito articulado sobre o andar dos tempos.

Carlos Dácio dizia que sempre admirou o avô, que foi um homem de muitas ideias políticas e rurais sempre à frente de tudo. Seu avô era a favor da universalidade de escolha – dizia, na casa que era de sua propriedade em São Gabriel, onde fica um marco na “Sanga da Bica” que sinaliza o provável lugar da morte de Sepé Tiaraju, o índio guarani que virou herói ao lutar contra o domínio luso-espanhol no século 18.

Na biblioteca da antiga casa dos pais, onde vivia em São Gabriel, Carlos Dácio guardava algumas bandeiras, como as do Rio Grande do Sul e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Era dono de terras e, assim como seu avô, acreditava na reforma agrária. E, por isso, causava o mesmo tipo de estranheza de Joaquim Francisco, perpetuando um tipo de pensamento argumentado e racional que marcou a trajetória do avô.

Segundo Dácio, os primeiros a receber terra no Brasil foram os que ajudaram a guardar as fronteiras. Ganhavam-se títulos de terra e o direito de formar pequenos exércitos.

E o que foram a capitanias hereditárias? Isso que, naquele tempo, ganhava-se terra sem o compromisso de produzir. Depois, houve reforma agrária com os imigrantes italianos e alemães. Pregava a busca da igualdade social. A agropecuária não adianta nada se as pessoas passam fome, dizia.

Acho que vale a pena relembrar aqui, um artigo escrito pelo amigo Bereci da Rocha Macedo, em seu blog, quando do falecimento de Carlos Dácio:

Fraterno amigo

Registro, com acentuada tristeza, o passamento do fraterno amigo, Carlos Dácio Assis Brasil. Sou avesso a homenagens póstumas, portanto não encarem estas palavras como uma.

Acontece que muitas vezes somos atropelados pela morte. Um dever moral, porém me obriga a escrever algo sobre esse cidadão culto, inteligente, solidário, pacífico e humano que ora nos deixa.

Tivemos um excelente e prolongado convívio político/social e durante esse período avaliei sua lealdade para com sua gente e seu extremado amor pela sua cidade.

Nossa convivência foi pautada pelo respeito mútuo e pelas regras da civilidade. Atrevo-me a dizer que Carlos Dácio Assis Brasil mais não fez pela sua terra porque ela mesma lhe negou mandatos para tanto.

Posso afirmar, sem medo de errar, que o Carlos Dácio pelas suas qualidades e seu indiscutível preparo intelectual poderia muito ter contribuído com o engrandecimento de São Gabriel.

Lamentavelmente isso nunca dependeu somente da sua vontade, mas da vontade da maioria da coletividade, o que lhe faltou. Foi um bom vereador, mas poderia ter sido muito mais se não lhe tivessem negado o passaporte.

Posso ainda afirmar que em determinados momentos o dileto amigo Carlos Dácio foi usado por muitos e prestigiado por poucos. Quem conviveu com ele pode atestar quanta razão me assiste.

Tanto a Prefeitura Municipal, como a Câmara Municipal, decretaram Luto Oficial por três dias em decorrência da morte do ex-vereador Carlos Dácio de Assis Brasil, ocorrida em 23 de setembro de 2013.


O corpo foi velado na Chácara Juca Tigre, e sepultado no cemitério local com grande acompanhamento. Sandra Xarão, que presidia o Legislativo Municipal, disse na ocasião que “São Gabriel não perdeu apenas um empresário e um político, mas um grande homem que passa a integrar a história de nossa cidade”. (Pesquisa: Nilo Dias - Matéria publicada no jornal "O Fato", de São Gabriel-RS))

Carlos Dácio e Nilo Dias, quando do lançamento do livro "100 anos de futebol em São Gabriel".


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